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Saúde Oral

Higiene Oral durante o período que vivemos

Já é de conhecimento geral que a pandemia e as consequentes medidas de restrição levaram ao agravamento, e surgimento, de vários problemas de saúde, sendo que a saúde oral não foi exceção.

Foram muitas as mudanças resultantes de todas as medidas de combate à pandemia. Os sucessivos confinamentos e restrições de deslocamento contribuíram para a alteração de hábitos e comportamentos diários, afetando a saúde oral das pessoas.

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Complicações adicionais causadas pela pandemia

Algumas pessoas descuidaram-se da sua higiene oral e alimentação, começaram a comer mais frequentemente entre as refeições e adiaram ou cancelaram as idas ao médico dentista. E hoje, um ano depois de interrupções ao atendimento e tratamento dentário, os médicos dentistas enfrentam as consequências da pandemia na saúde oral.

Estamos perante uma maior incidência de cáries dentárias e doenças gengivais mais avançadas e, consequentemente, uma crescente necessidade de intervenções mais invasivas como, por exemplo, extrações dentárias. Isto advém do facto de que os problemas orais que não eram considerados urgentes durante o surto da pandemia, tornaram-se urgentes posteriormente à espera de dois ou mais meses do tratamento adequado.

Os médicos dentistas sempre seguiram os mais rigorosos protocolos de prevenção e controlo de infeções, salientando que as medidas de higiene exigidas pelo governo durante a pandemia de COVID-19 foram revistas e meticulosamente cumpridas. Além disso, uma pesquisa recente indica que os profissionais de saúde oral têm taxas de infeção de SARS-CoV-2 significativamente mais baixas do que outros profissionais de saúde na maior parte do mundo.

Não obstante, ainda são muitas as pessoas que devido ao medo evitam as consultas de rotina e só vão ao médico dentista em último recurso. Além do receio de possível contágio, as dificuldades financeiras e a redução do número de consultas contribuem para o atraso à procura de ajuda profissional.

Outro efeito problemático da pandemia é o ambiente de stress e fadiga que tem conduzido a um aumento de casos de bruxismo (apertar ou ranger os dentes) que além de comprometer e prejudicar a qualidade do sono, pode ainda gerar cefaleias de tensão, contraturas musculares e fraturas dentárias.

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Efeitos de uma boa Higiene Oral

A manutenção da saúde oral é de extrema importância para garantir a saúde geral, o bem-estar e qualidade de vida e, de acordo com novo estudo, uma adequada e correta higiene oral pode ajudar a reduzir a gravidade de sintomas do COVID-19.

De acordo com o estudo de Graham Lloyd-Jones et. al., 2021 e a publicação oficial da European Federation of Periodontology (EFP), os pacientes com COVID-19 são três vezes mais propensos a complicações se tiverem doença gengival. Estes artigos sugerem que as gengivas podem desempenhar umpapel fundamental na transmissão do vírus SARS-CoV-2 da cavidade oral para os pulmões, podendo, assim, causar ou agravar a doença pulmonar provocada pelo mesmo.

Embora tenham havido avanços nos tratamentos e vacinação da população mundial, ainda há conhecimento limitado quanto às razões para a variabilidade clínica da doença. Há ainda discussão sobre a falta de biomarcadores para a identificação de indivíduos em risco de desenvolvimento de doença pulmonar por COVID-19, ou de agravamento para doença pulmonar grave que possa encaminhar à admissão em terapia intensiva, ventilação mecânica ou até mesmo morte.

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O Dr. Graham Lloyd-Jones, radiologista consultor do Salisbury District Hospital no Reino Unido, observou tomografias computorizadas de pulmão de pacientes com doença pulmonar COVID-19, gerando uma colaboração entre investigadores médicos e médicos dentistas sobre uma nova hipótese de transmissão do SARS-CoV-2.

Este modelo descreve o potencial percurso de entrada do vírus na boca e corrente sanguínea para os pulmões, podendo assim ajudar a entender a razão pela qual alguns indivíduos desenvolvem doença pulmonar de COVID-19 e outros não.

Resumidamente, os investigadores sugerem esta como sendo a via pela qual a síndrome respiratória aguda grave SARS-CoV-2 é transmitida aos pulmões, onde causa a doença pulmonar; explicando que o vírus entra no organismo pelas vias aéreas superiores – nariz e boca –, acumula-se na saliva e aloja-se na placa bacteriana sob a gengiva. Posteriormente, atravessa a gengiva e entra nos vasos sanguíneos onde alcança o coração antes de ser bombeado para as artérias pulmonares e pequenos vasos na base e periferia do pulmão, em vez de chegar aos pulmões pelas vias respiratórias.

Além disso, os autores reforçam o conceito de que as doenças gengivais predispõem ao enfraquecimento da barreira mucosa e desta forma os tecidos gengivais permitem que os microrganismos, nomeadamente o vírus, prosperem e violem as defesas imunológicas orais entrando na corrente sanguínea mais facilmente. Ou seja, o aumento da placa dentária e a inflamação periodontal aumentam ainda mais a probabilidade do vírus SARS-CoV-2 atingir os pulmões e causar casos mais graves de infeção.

Prevenção

Neste seguimento, uma equipa internacional de investigadores encontrou evidências emergentes de que ingredientes específicos de alguns produtos presentes em colutórios amplamente disponíveis no mercado são altamente eficazes na inativação do vírus SARS-CoV-2; substâncias como CPC (Cloreto de cetilpiridínio) ou PVP-I (Iodopovidona ou Povidona-iodo).

Portanto, este novo modelo hipotético altamente plausível, pode ajudar a compreender e a discernir indivíduos com maior probabilidade de desenvolver doença pulmonar grave como também a alterar a maneira de como gerimos o vírus ajudando a explorar tratamentos simples e de baixo custo direcionados à cavidade oral que podem, em última instância, salvar vidas.

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Medidas de Higiene que tomos podemos seguir

Assim sendo, medidas diárias simples de higiene oral, como uma escovagem cuidadosa incluindo os meios complementares como o fio dentário, além de serem eficazes na manutenção da higiene oral e redução de fatores contribuintes para a inflamação gengival, como o aumento da placa bacteriana, juntamente com o uso de elixires específicos podem ajudar a diminuir a concentração do vírus na saliva ajudando assim a mitigar o desenvolvimento de doenças pulmonares e reduzir o risco de desenvolvimento de COVID-19 grave.

Por isso, não se esqueça, priorize a sua higiene oral pois não só melhora a sua saúde oral e bem-estar geral, como também pode salvar a sua vida!

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