Branqueamento Dentário
Nos últimos anos, têm-se verificado que a Medicina Dentária e a Estética estão a desenvolver uma relação mais profunda de simbiose.
Existem vários parâmetros que definem a Estética Dentária, contudo, a cor do dente tem um papel preponderante. Esta é determinada primariamente pela dentina e modificada pela cor, espessura e translucidez do esmalte.
Neste sentido, as alterações cromáticas são multifatoriais e podem ocorrer quer na dentição decídua quer na definitiva.
Para além disso, existem múltiplos fatores que conduzem às alterações da cor, nomeadamente, a cárie dentária; as medicações (tetraciclinas); as alterações metabólicas (Fluorose) e genéticas (amelogénese e dentinogénese imperfeita, hiperbilirrubinemia); o trauma dentário; o envelhecimento; o desgaste dos dentes; as alterações pulpares; os materiais endodônticos e restauradores; o tabaco; a dieta alimentar; os elixires (clorohexidina); as bactérias cromogéneas; entre outros.
Deste modo, dependendo da causa, existem diversos tratamentos para corrigir a alteração da cor, podendo estes ser mais simples como, por exemplo, o branqueamento ou mais complexos (branqueamento + faceta/coroa, faceta/coroa, restauração a compósito).
Na verdade, um dos tratamentos mais aplicados é o branqueamento dentário. Trata-se de um método muito seguro, porém tem alguns impedimentos na medida em que só branqueia a estrutura dentária, ou seja, caso exista alguma restauração no dente, a zona restaurada não irá sofrer alterações na sua cor.
Desta forma, antes de dar início à realização de um branqueamento, é fulcral que o Médico Dentista realize uma análise de modo a perceber quais as causas da alteração cromática, as expectativas do paciente e, por fim, verificar a viabilidade do tratamento.
Caso este seja possível, é aconselhado efetuar previamente uma higienização oral com jato de bicarbonato.
Existem dois tipos de branqueamentos:
- Branqueamentos externos (dentes vitais)
1.1 Branqueamento em ambulatório
Branqueamento realizado em casa. Neste método são confecionadas duas goteiras (superior e inferior) e o paciente, em sua casa, aplica o gel nas mesmas.
Tem como vantagens a segurança, a eficiência e o custo. Como desvantagens destaca-se o facto do resultado não ser imediato e depender da colaboração do paciente;
Fig.1 Branqueamento em ambulatório.
1.2 Branqueamento em cadeira
Este branqueamento é efetuado na clínica. O Médico coloca o gel branqueador diretamente na estrutura dentária.
Este tipo de método pode ser realizado por sessões. Como principal vantagem destaca-se o resultado imediato e o controlo total pelo clínico. Porém, este poderá aumentar o risco de sensibilidade dentária;
Fig.1.2 – Branqueamento em cadeira.
1.3 Branqueamento combinado
Tal como o nome indica, este tipo de tratamento implica a realização de um branqueamento na clínica e em casa.
Fig.1.3 – Branqueamento combinado.
2. Branqueamentos internos (dentes não vitais)
Em caso de dentes desvitalizados ou que seja necessário efetuar uma desvitalização, é necessário alterar a técnica, pois nestas situações, o agente branqueador escolhido é colocado no interior do dente.
É imperativo remover qualquer tipo de material restaurador da cavidade de acesso para que este consiga atuar diretamente na estrutura dentária.
Numa fase inicial, é fundamental evitar o consumo de alguns alimentos (café, chá e determinados corantes alimentares) e de tabaco. É importante que o paciente tenha consciência que estes hábitos podem comprometer o resultado do branqueamento.
Para além disso, é expectável que, com o tempo, a cor dos dentes sofra alguma recidiva. Todavia, esta varia de pessoa para pessoa e é influenciada pelos hábitos alimentares, tabágicos e pelo tipo de agentes branqueadores.